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Estudante de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia.

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Apropriação da Imagem Feminina Pela Indústria Cultural

Postado por Amanda terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Indústria Cultural se apropria das mais variadas coisas para transformar em produtos de mercado, através dos veículos midiáticos ela propaga seu comércio. Cria-se um mundo das aparências, reforçando os discursos que legitimam os papeis sociais. Dessa forma, a mulher se transformou em mais um alvo dessa indústria.
Sabemos que historicamente nossa sociedade forjou os locais sociais, onde determinados grupos transitam em espaços determinados. À mulher foram assim legadas as funções primárias e não deliberativas da sociedade, foi destinada a ocupar o espaço do privado. Criaram-se assim, o estereotipo da mãe afável, da rainha do lar, e quando a mulher ousou transcender o privado alcançando o espaço público, este pertencimento exclusivo do homem, recebeu mais um estereotipo, o da mulher vulgar, indigna, da puta.
Todos os dias, quando ligamos nosso aparelho de TV ou folheamos nossas revistas semanais, percebemos de forma prática a veracidade deste quadro social, pois nos deparamos com várias imagens publicitárias que apresentam/reapresentam, afirmam/reafirmam, reforçam e propagam simbolicamente a condição do sujeito mulher.
Tomemos, de forma simples, alguns exemplos de propagandas comerciais para ilustrarmos esta afirmação. Em primeiro lugar, podemos citar as publicidades referentes a produtos destinados ao consumo doméstico, como: materiais de limpeza, alimentícios, eletrodomésticos, pediátricos e farmacêuticos. Estes têm a imagem da mulher agregada para construir a idéia do indivíduo que está destinado a manutenção do privado, ou seja, a mulher torna-se ai a responsável pela ordem familiar e pelo gerenciamento da casa.
Do outro lado da moeda, nos deparamos com propagandas inversas, como de cervejas, carros, futebol, álbuns fonográficos e festas carnavalescas. Em todos estes exemplos as mulheres aparecem seminuas e na maioria das vezes com fisionomias eróticas, deturpando a idéia de liberdade e autonomia, lutas dos movimentos feministas. Transformam as garotas propagandas em mais um objeto de consumo agregado ao produto que esta sendo vendido.
As telenovelas também têm um papel importantíssimo neste processo, pois elas são uns dos maiores veículos comunicadores de massa. Tem uma linguagem simples, onde qualquer individuo, com variado grau de abstração, absorve seus conteúdos simbólicos, na maioria das vezes, de forma não critica.
Vemos neste programa (telenovela) que é muito apreciado pelos brasileiros, verdadeiros abusos das imagens femininas quando, por exemplo, são expostas personagens de secretárias domésticas, geralmente vestidas com trajes que ressaltam o seu corpo, incitando um erotismo, limitando aquele indivíduo a um instrumento sexual. Isto fica mais explícito quanto existe na trama a figura do patrão que, hora ou outra, se insinua para a empregada, normatizando a representação da mulher puta. É necessário destacar que essas personagens, de funções domésticas, são geralmente negras, símbolos da sexualidade brasileira.
Podemos assim, verificar o papel da Indústria Cultural como instituição mantedora e reprodutora da ordem vigente, sendo uma propagadora de discursos que escamoteiam a ideologia capitalista.

1 Responses to Apropriação da Imagem Feminina Pela Indústria Cultural

  1. Alex Vasques Says:
  2. As novelas são um caso sério mesmo :(! Enquanto não resolvermos a questão da educação machista, não vamos atingir o centro da questão!

     

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BIBLIOGRAFIA


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SOIHET, Rachel. Historias das mulheres. Disponível em: . Acesso em: 05 de Dezembro de 2009, 21:00h.