tag:blogger.com,1999:blog-25215432252821634772024-02-20T19:21:55.637-03:00Queimando Sutiã!Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-25072475344880376862011-02-15T19:25:00.000-02:002011-02-15T19:25:12.771-02:00Desabafo<div style="text-align: justify;">Desde que o ano começou, tenho muito o que compartilhar aqui sobre infelizes experiências machistas presentes no cotidiano.</div><div style="text-align: justify;">Logo na virada do ano, na praia da barra em Salvador, vivênciei momentos de impotência, incoformismo e tristeza. Voltando para casa presencieie a cena de um homem agredindo a namorada, tentando enforcá-la. A situação em si já chocante ganhou ainda mais repúdio com a apatia de todos a volta que além de não fazer nada para defendê-la, diziam: "Isso que dá, essas mulheres gostam de apanhar pra manter uma relação dessas". É tão fácil julgar e pior, culpar sempre a mulher, inclusive quando ela é vítima. Confesso que fiquei tão espantada com a violência e os comentários que não consegui fazer nada. Isso sempre me ocorre em situações difíceis.</div><div style="text-align: justify;">O outro episódio foi ainda pior, já em Juazeiro, quando uma amiga foi perseguida pelo ex namorado que pensa ser dono dela. Inconformado com o fim do namoro, ameaça, inibe e a enche de medo. Essa história felizmente por enquanto tem final feliz. A encorajamos a denunciá-lo, e a polícia agora assegura a ela o direito de mantê-lo a uma distância mínima. </div><div style="text-align: justify;">Duro perceber tantos episódios tristes da demonstração do machismo no cotidiano, mas pior que isso é ver que todos consideram natural, poucos conseguem enxergar a dor de uma mulher violentada, a vontade de denunciar e o medo de serem expostas, de terem familiares envolvidos, agredidos e sofrendo também.</div><div style="text-align: justify;">Enfim, poderia e gostaria de discorrer horas sobre essas questões, mas infelizmentesou refém do tempo. Fico no aguardo de opiniões e comentários. =)</div><div style="text-align: justify;">Até mais ver! </div>Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-29320146742079486472011-02-15T18:58:00.003-02:002011-02-15T19:06:38.210-02:00Movimento das Prostitutas no Brasil<div style="text-align: justify;">Depois de séculos de abandono, muito pela minha falta de tempo, de internet, mas também pelo esquecimento da senha que só recuperei hoje, volto a postar no querido blog de discussão de gênero alguns debates.</div><div style="text-align: justify;">Através de um estudo na Universidade trago hoje a apresentação do movimento social das prostitutas no Brasil, que traz consigo questões importantes para o debate de gênero, não só pela apropriação por vezes do movimento feminista ao movimento das prostitutas, mas pela importância do mesmo. Espero que gostem!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A Violência Legislação sobre prostituição no mundo</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Há no mundo três sistemas legais sobre a prostituição: o abolicionismo, o regulamentarismo e o proibicionismo. O sistema regulamentarista reconhece a profissão e cria normas para sua aplicação. Esse é adotado em alguns países da América Latina, com exigências que incomodam o Movimento das Prostitutas como, por exemplo, a realização de exames periódicos obrigatórios, o que acaba gerando preconceito e exposição. O proibicionismo criminaliza a atividade e é exercido em poucos países por representar a ideia do domínio do Estado sobre o direito individual do corpo. No Brasil, o sistema adotado é o abolicionista que pune o empresário ou dono de estabelecimentos que incentivam a atividade. O Movimento das Prostitutas condena esse modelo, pois acredita que o recebimento de parte do lucro pelo patrão é natural no exercício de qualquer profissão. Além disso, acreditam que esse padrão facilita a corrupção e o preconceito. Ele defende o reconhecimento da profissão a fim de garantir a sua regulamentação. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Movimento das Prostitutas no Brasil</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No país esse movimento é representado pela Rede Brasileira de Prostitutas que surgiu na década de 80. Sua missão, segundo o site da instituição (www.rededeprostitutas.org.br) é “promover a articulação política do movimento organizado de prostitutas e o fortalecimento da identidade profissional da categoria, visando o pleno exercício da cidadania, a redução do estigma e da discriminação e a melhoria da qualidade de vida na sociedade”.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Suas principais conquistas foram: </div><div style="text-align: justify;"> Inclusão da categoria “profissional do sexo” na classificação brasileira de ocupações, do Ministério do Trabalho e Emprego;</div><div style="text-align: justify;"> Apresentação ao Congresso Nacional de projeto de lei que reconhece a prostituição como atividade profissional, pelo deputado Fernando Gabeira;</div><div style="text-align: justify;"> Primeira pesquisa nacional sobre qualidade de vida das profissionais do sexo, realizada pela UnB (Universidade de Brasília) e Programa Nacional de DST/Aids;</div><div style="text-align: justify;"> Campanha Nacional “Sem vergonha, garota. Você tem profissão”, executada pelo Programa Nacional de DST/Aids e composta de: documento com recomendações para ações de prevenção, assistência e direitos humanos com profissionais do sexo; cartilha para prostitutas; adesivos; broche e spot para rádio;</div><div style="text-align: justify;"> Disseminação do conceito e da prática da organização da categoria;</div><div style="text-align: justify;"> Desenvolvimento de estratégias de promoção da cidadania e de prevenção das DST/HIV/Aids por associações de prostitutas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Embora o movimento esteja atuante e articulado com suas ideias, ainda existem outros objetivos a serem alcançados, como:</div><div style="text-align: justify;"> Assumir a identidade profissional e buscar o reconhecimento da atividade;</div><div style="text-align: justify;"> Igualdade social;</div><div style="text-align: justify;"> Manter o movimento social de prostitutas organizado;</div><div style="text-align: justify;"> Liberdade, dignidade, solidariedade e respeito às diferenças;</div><div style="text-align: justify;"> Protagonismo e autonomia;</div><div style="text-align: justify;"> Valorização de suas vidas e do trabalho: auto-estima;</div><div style="text-align: justify;"> Rejeição do abolicionismo e da vitimização;</div><div style="text-align: justify;"> Direito à cidadania.</div><div style="text-align: justify;"><br />
Atualmente existe uma barreira das prostitutas em se engajarem no movimento devido ao preconceito. Isso ocasiona a apropriação de seus ideais por outros movimentos, como o feminista. A Rede de Prostitutas não despreza as parcerias, porém diz acreditar que o movimento deve ser conduzido por prostitutas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
<b>O Movimento das Prostitutas na Bahia</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
Na Bahia existem organizações ligadas ao Movimento das Prostitutas. São exemplos: APROSBA (Associação das Prostitutas da Bahia) e APROFS (Associação das Profissionais do Sexo de Feira de Santana). Em Juazeiro, embora não exista nenhuma instituição que represente os ideais da categoria, a Pastoral da Mulher, ligada à Igreja Católica, realiza trabalhos de auxílio às mulheres em situação de prostituição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
<b>Pastoral da Mulher</b></div><div style="text-align: justify;"><br />
Fundada em 1978, inicialmente com o nome de Escola Senhor do Bonfim, a Pastoral da Mulher de Juazeiro é uma entidade que vive a solidariedade e o compromisso com as mulheres em situação de prostituição.</div><div style="text-align: justify;">Hoje, coordenada pelo Instituto das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor, possui uma equipe que busca desenvolver ações que promovam uma maior humanização da realidade da mulher que se prostitui, fortalecendo sua organização e gerando um processo de transformação econômica, política e social.</div><div style="text-align: justify;">A Pastoral trabalha na perspectiva de quatro dimensões: Sensibilização, Formação e Capacitação, Organização e Seguimento. Prioriza em sua ação o caráter interdisciplinar das atividades e apoia-se numa metodologia de ação- reflexão das vivências cotidianas, articulada num método que pretende criar condições para o crescimento a partir das próprias experiências.</div><div style="text-align: justify;"><br />
As linhas de ação da Pastoral são:</div><div style="text-align: justify;"> Impulsionar a participação da mulher enquanto cidadã;</div><div style="text-align: justify;"> Impulsionar a convivência grupal;</div><div style="text-align: justify;"> Fortalecer os vínculos familiares;</div><div style="text-align: justify;"> Promover a organização e articulação das mulheres;</div><div style="text-align: justify;"> Incentivar a geração de renda baseada nos valores de economia solidária;</div><div style="text-align: justify;"> Promover a formação permanente e contínua da equipe;</div><div style="text-align: justify;"> Impulsionar uma análise sistemática da realidade;</div><div style="text-align: justify;"> Promover trabalho em rede de instituições, grupos e demais pastorais.</div><div style="text-align: justify;"><br />
São exemplos de atividades realizadas e serviços oferecidos:</div><div style="text-align: justify;"> Atendimento psicológico;</div><div style="text-align: justify;"> Atendimento social;</div><div style="text-align: justify;"> Encaminhamentos na área de saúde e jurídica;</div><div style="text-align: justify;"> Assessoria a outros grupos e equipes;</div><div style="text-align: justify;"> Cursos profissionalizantes;</div><div style="text-align: justify;"> Encontros de articulação;</div><div style="text-align: justify;"> Trabalho de campo;</div><div style="text-align: justify;"> Oficinas;</div><div style="text-align: justify;"><br />
Algumas entidades dão suporte à Pastoral:</div><div style="text-align: justify;"> CIAM (Centro Integrado de Atendimento à Mulher) – Apoio psicológico, saúde, jurídico e social à mulher vítima da violência;</div><div style="text-align: justify;"> UNEB (Universidade do Estado da Bahia) – Acompanhamento e encaminhamento de processos, pensão alimentícia, orientações jurídicas;</div><div style="text-align: justify;"> Ministério Público – Defesa da ordem jurídica dos interesses sociais e individuais democráticos;</div><div style="text-align: justify;"> CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) – Combate ao abuso e à exploração sexual e outras formas de violência contra crianças e adolescentes;</div><div style="text-align: justify;"> CIDHA (Centro de Informações em DST/HIV/Aids) – Diagnóstico, acompanhamento e apoio ao portador de DST e Aids. Distribuição de preservativos; entre outros.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fonte: www.rededeprostitutas.org.br</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Obs.: A partir de hoje, comentários anônimos não serão mais permitidos. Mostro minha cara e debato sem ofender, faça o mesmo! =* </div>Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-18161801806021726122010-07-15T18:46:00.001-03:002010-07-15T18:47:40.999-03:00A bola da vez!<i><b>O CASO 'ELIZA SAMUDIO' E O MACHISMO TOTAL <br />
<br />
</b>O caso Eliza Samudio<br />
Que tem chocado o Brasil<br />
Emerge como prelúdio<br />
De um grande desafio:<br />
Exortar nossa Justiça<br />
Pra deixar de ser omissa<br />
Ante o machismo tão vil!<br />
<br />
Trata-se de um momento<br />
De grande reflexão<br />
Pois não basta só lamento<br />
Ou alguma oração<br />
É hora de provocar<br />
Propondo um outro olhar<br />
Sobre processo e ação<br />
<br />
Saiu na televisão<br />
Rádio, internet e jornal<br />
Notícia em primeira mão<br />
Toda manchete é igual:<br />
Ex-amante de goleiro<br />
(Aquele cheio de dinheiro!)<br />
Sumiu sem deixar sinal<br />
<br />
Muita especulação<br />
- discurso de autoridade-<br />
Uns dizem que é armação<br />
Outros dizem que é verdade<br />
Polícia e delegacia<br />
Justiça e promotoria:<br />
Fogueira de vaidades!<br />
<br />
Mei-mundo de advogados<br />
Investigação global<br />
Cada um no seu quadrado<br />
Falando em todo canal<br />
Subjacente a tudo<br />
Um peixe muito graúdo:<br />
Androcentrismo total!<br />
<br />
A mídia fala em Bruno<br />
Eliza e gravidez<br />
Flamengo, orgia e fumo<br />
-esta é a bola da vez!-<br />
Tem muito 'especialista'<br />
Em busca de alguma pista<br />
Pra ser o herói do mês<br />
<br />
E a história se repetindo<br />
Mudando apenas o nome<br />
Outra mulher sucumbindo<br />
Sob ameaça dum homem<br />
Uma vida abreviada<br />
Cuja morte anunciada<br />
A estatística consome<br />
<br />
Assim é a violência<br />
Lançada sobre a mulher<br />
Ela pede providência<br />
E cara faz o que quer<br />
Mas a Justiça, que é lerda,<br />
Machista, 'fazendo merda'<br />
Vem com papo de mané<br />
<br />
E oito meses depois<br />
Da 'denúncia' inicial<br />
Que é o feijão com arroz<br />
Do distinto tribunal<br />
Nadica de nada existe<br />
Mas autoridade insiste<br />
Que isto, sim, é normal:<br />
<br />
“A culpa é do Instituto<br />
Que não mandou o exame”<br />
- isto soa como insulto<br />
e daqueles mais infame-<br />
Não era caso de urgência?<br />
-tenha santa paciência!-<br />
Para que serve um ditame?<br />
<br />
A moça buscou amparo<br />
Na Justiça do país<br />
Agiu correto, é claro<br />
E esperou do juiz<br />
O tal reconhecimento<br />
Sobre o pai do seu rebento<br />
Tendo a vida por um triz<br />
<br />
Também fez comunicado<br />
Ao campo policial<br />
Dizendo que o namorado<br />
Praticou crimes e tal<br />
Buscou as vias legais<br />
Enfrentou feras reais<br />
Terá sido este o seu mal?<br />
<br />
Mesmo com a delegacia<br />
Dita especializada<br />
E com toda a apologia<br />
De uma Lei avançada<br />
Faltou ter a ruptura<br />
Com aquela velha cultura<br />
De que a mulher é culpada<br />
<br />
E o cumprimento legal<br />
No caso, muito importante<br />
Seria mais um arsenal<br />
Para enfrentar o gigante<br />
Mudar a mentalidade<br />
De nossas autoridades<br />
É fator preponderante<br />
<br />
E para que isto ocorra<br />
Entre outra alternativa<br />
Antes que mais uma morra<br />
E o caso fique à deriva<br />
É preciso compreender<br />
Que Justiça é pra fazer<br />
Enquanto a mulher tá viva!<br />
<br />
Sei que nada justifica<br />
Que haja tanta demora<br />
E enquanto o caso complica<br />
A vítima 'já foi embora'<br />
Sem medida protetiva!<br />
Sequer prisão preventiva!<br />
Quanta inoperância aflora!<br />
<br />
Se o exame era necessário<br />
À elucidação do crime<br />
O Estado-perdulário<br />
Neste campo fez regime<br />
Ficando no empurra empurra<br />
No velho: ''mulher é burra,<br />
e joga no outro time”<br />
<br />
Todo crime tem problemas<br />
De toda diversidade<br />
Assim como há esquemas<br />
Também há dificuldades<br />
Mas pra mim é evidente<br />
Que o machismo presente<br />
Premia a impunidade<br />
<br />
Machismo compartilhado<br />
Por gente de toda cor<br />
Do goleiro ao empregado<br />
Do primo ao executor<br />
Autoridades também<br />
Implicitamente têm<br />
Um machismo inspirador<br />
<br />
Cada 'doutor' se expressa<br />
Centrado no garanhão<br />
É o mote da conversa:<br />
Fama, grana e traição<br />
Ao se referir a ela<br />
Falam da menina bela<br />
Que fez filme de tesão<br />
<br />
Falta a compreensão<br />
Da questão relacional<br />
Gênero, classe, profissão<br />
Cor e status social<br />
O processo é narrativa<br />
Que emerge da saliva<br />
Falocêntrica-legal<br />
<br />
E ainda que alguns digam<br />
“Oh, Eliza, coitadinha”<br />
E suas doutrinas sigam<br />
Desvendando pegadinhas<br />
A escola dogmática<br />
Do direito-matemática<br />
Perpetua ladainhas<br />
<br />
Processo judicial<br />
Só serve para punir?<br />
Havia tanto sinal...<br />
Não dava pra prevenir?<br />
E a tal ação civil?<br />
Alimentos deferiu?<br />
Para o bebê consumir?<br />
<br />
É um momento de dor<br />
Para a família dos dois<br />
O caso é multifator<br />
Não basta dar nome aos bois<br />
A lógica policial<br />
Cartesiana e formal<br />
Festeja tudo depois<br />
<br />
Por isso se faz urgente<br />
Conjugar gênero e direito<br />
Pois um trabalho decente<br />
Que surta algum efeito<br />
Não se limita a julgar<br />
Mas também a estudar<br />
O cerne do preconceito<br />
<br />
Homens que matam mulheres<br />
Em relações de poder<br />
Isto tem se dado em série<br />
Mas é preciso entender<br />
Que subjaz ao evento<br />
Um histórico comportamento<br />
Que vai construindo o ser<br />
<br />
A nossa sociedade<br />
Apesar da evolução<br />
Reproduz iniquidade<br />
E também muita opressão<br />
Homem que bate em mulher<br />
- E “ninguém mete a colher” -<br />
Sempre foi uma 'lição'<br />
<br />
Aprendida por goleiros<br />
Delegados, professores<br />
Motoristas, marceneiros<br />
Pedreiros e promotores<br />
Garçons e malabaristas<br />
Médicos e taxistas<br />
Juízes e adestradores<br />
<br />
Por isto em nossos dias<br />
De conquistas sociais<br />
De novas filosofias<br />
Direitos especiais<br />
Não podemos aceitar<br />
Justiça só pra apurar<br />
Crimes tão excepcionais<br />
<br />
Que a Justiça também<br />
Sirva para (se) educar<br />
Chega deste nhém-nhém-nhém<br />
Deste eterno blá-blá-blá<br />
A Lei Maria da Penha<br />
Existe pra que não tenha<br />
Tanta morte a lamentar!!!</i><br />
<br />
<b>Salete Maria</b><br />
<br />
<b>Obs.: (retirado do blog http://cordelirando.blogspot.com/ )<br />
Salete Maria - Juazeiro<br />
SALETE MARIA, cordelista residente em Juazeiro<br />
Um jeito único de versejar.<br />
Literatura contra preconceitos. Poesia emancipatória. <br />
Cordéis premiados pela Fundaçao Cultural do Estado da Bahia-FUNCEB, recitados pela poetisa Deth Haak, musicados pela cantora Socorro Lira, citados pelo jornalista Arnaldo Jabor, referenciado por diversos pesquisadores brasileiros e apreciado por amantes da literatura popular e da cultura oral deste e de outros países.<br />
</b><br />
<br />
<b>Obs.1: Tirando as teias de aranha do blog com este cordel que representa a cultura popular de Juazeiro no dia em que a cidade comemora seus 132 anos de emancipação. </b>Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-21136186838758725302010-03-19T11:29:00.002-03:002010-03-19T11:34:37.866-03:00Repercussão do 8 de Março!<i>Destaco aqui duas matérias que me chamaram atenção sobre esta data tão representativa.<br />
<br />
A primeira refere-se ao ato realizado na cidade de Juazeiro, do qual participei, tendo como novidade a chegada da UBM à Juazeiro! <br />
<br />
Já a segunda consiste em um material da União da Juventude Socialista (UJS) que de forma simples aborda as principais questões da discussão de gênero, enfatizando as principais bandeiras de luta das jovens mulheres. <br />
<br />
Espero que gostem! Boa leitura!</i><br />
<br />
<b>Caminhada faz homenagem à mulher em Juazeiro</b><br />
<br />
<br />
<i>Por Anna Monteiro</i><br />
<br />
Com muita alegria, entusiasmo e orgulho, centenas de pessoas foram às ruas nesta segunda-feira (08) comemorar o Dia Internacional da Mulher, que em Juazeiro foi celebrado com a 14ª caminhada, realizada pela Secretaria de Desenvolvimento e Igualdade Social (SEDIS) e parceiros. No centenário da data as mulheres ressaltaram suas conquistas, as vitórias alcançadas pela luta feminista, e através do tema “Mulher: ser essencial em todos os campos”, confirmaram que têm papel fundamental nos mais variados segmentos.<br />
<br />
A caminhada teve sua concentração às 15h30, no Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), onde foi aberta a exposição “Mulheres, flores, formas e cores”, da artista plástica Zilma Tanajura, com a participação das Chiteiras da Colina. Ainda no local foram entregues os certificados “Mulheres Talentosas”, e distribuídas senhas para recebimento de mudas do projeto “Mulher Verde”. De presente receberam os parabéns, tocado pela banda da Polícia Militar, lembrancinhas e o show da banda Lábios de Mel que animou todo o percurso da festa.<br />
<br />
Por volta das 17h, mulheres, crianças e homens engajados no movimento da luta pelo fim da violência contra o gênero, percorreram as principais ruas do centro da cidade, levando mensagens de reconhecimento e homenagens.Participaram da iniciativa diversas entidades organizadas, associações de mulheres, clube de mães, União Brasileira de Mulheres (UBM), e personalidades locais. O momento também marcou a luta pela instalação da Vara da Mulher, já publicada no Diário Oficial da Bahia.<br />
<br />
Para a titular da SEDIS, Maria José Alves, as mulheres têm muito a comemorar, “somos incansáveis, lutamos por sonhos, ideais. Essa data oferece a oportunidade para refletirmos sobre o lugar ocupado por nós na sociedade, nos diversos campos, como educação, política, e social. Conseguimos grandes avanços e merecemos celebrar”. A primeira-dama do município, Ivana Carvalho, levou uma homenagem em nome do prefeito, “as mulheres juazeirenses são fortes, guerreiras, e não se acomodam. Buscam sempre seus espaços, e devem ser reconhecidas por tudo que representam”.<br />
<br />
Feliz com as comemorações, a presidente da Associação de Mulheres de Maniçoba, Carmem Lúcia da Paz, fez um balanço, “depois que conseguimos o direito ao voto, passamos a ter voz, a sermos escutadas. Hoje, podemos nos sindicalizar e participar ativamente das decisões mais importantes do país. A luta ainda continua e tenho fé que conseguiremos a igualdade de gênero em todos os aspectos, incluindo o econômico”. A gerente de Proteção à Cidadania, Marli Carvalho, ratificou, “nesse ano de centenário do Dia Internacional da Mulher devemos refletir, analisar os avanços e desafios”.<br />
<br />
CIAM<br />
<br />
Alguns avanços foram registrados nos últimos anos, como elevação da taxa de escolaridade e a tendência contínua de redução do hiato salarial existente entre homens e mulheres, fator que deve-se à política de valorização do salário mínimo e às políticas sociais de transferência de renda. Outra vitória importante refere-se à ampla participação da sociedade, no sentido da erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres. É neste cenário que atua o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM), que é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento e Igualdade Social.<br />
<br />
O órgão, amplamente divulgado durante a 14ª Caminhada da Mulher, foi criado com base na premissa de que a violência de gênero é um fato que exige intervenções e ações efetivas do município para assegurar os direitos das mulheres garantidos pela Constituição. Uma violência que envolve diferentes formas de práticas discriminatórias contra as mulheres, desde a educação diferenciada até a morte por homicídio.<br />
<br />
O CIAM funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, e oferece atendimento psicossocial e jurídico, além de atendimento médico pediátrico para os filhos das usuárias, acesso a serviços de saúde, educação, habitação, assistência social, trabalho, renda e segurança. Conta ainda com o apoio de uma rede socioassistencial, formada por Delegacia da Mulher, Juizado Especial Criminal, Defensoria Pública, Hospitais, entre outras organizações da sociedade. Para maiores informações (74) 3614-2028.<br />
<br />
Fonte : <a href="http://www.juazeiro.ba.gov.br/?pag=noticias&id=3868">http://www.juazeiro.ba.gov.br/?pag=noticias&id=3868</a><br />
<br />
<b>UJS Mulher - Juventude Feminina na Política e no Poder</b><br />
<br />
8 de Março - Dia Internacional da Mulher<br />
<br />
Todos os anos, milhares de pessoas saem às ruas para comemorar o 8 de Março - Dia Internacional da Mulher. Esta é uma data que marca a luta das mulheres por seus direitos e comemorar as conquistas já obtidas, como o direito a frequentar universidades e a votar nas eleições.<br />
Apesar dos avanços, há muito ainda por conquistar. E se são muitas as dificuldades, elas ficam ainda maiores quando olhamos para as mulheres jovens. Temos salários mais baixos. Não há creches suficientes para nossos filhos pequenos. Somos vítimas de uma ditadura da beleza inatingível que acaba com nossa auto-estima; vistas como objeto sexual por um sistema que só visa o lucro e transforma nossos próprios corpos em mercadoria - o capitalismo. Sofremos com a violência doméstica e sexual. Nosso acesso aos métodos que evitam a gravidez é ainda bastante precário e a mulher que decide interromper uma gravidez indesejada é tratada como criminosa e pode ficar presa ou mesmo adoecer (e até morrer) nos açougues que são as clínicas clandestinas!<br />
<br />
Só unindo forças vamos virar esse joogo<br />
<br />
A União da Juventude Socialista (UJS) é uma entidade de jovens que lutam por um Brasil mais justo e soberano para todo o povo, um Brasil socialista - livre de preconceitos de qualquer tipo. Atuamos nas escolas, nas ruas, nas empresas e onde mais houver jovens dispostos a construir, desde já, essa nova sociedade, e passo importante dessa construção é a ampliação das melhorias em curso no país desde a eleição de Lula em 2002.<br />
<br />
Lugar de mulher... é em todo luga!<br />
<br />
Ao contrário de mais uma das mentiras dos grandes jornais e TVs, o mundo não é das mulheres, aliás, está bem longe disso. Quando se trata dos espaços de maior destaque nas empresas, na política etc, ou seja, os espaços de poder, na grande maioria das vezes são os homens os escolhidos, ainda que a mulher seja mais capacitada. Quando se trata de uma mulher jovem, então, nem se fala!<br />
Só quando ocuparmos estes espaços de poder vamos reverter a desvantagem em que estamos hoje. Neste sentido, o governo Lula criou a Secretaria Especial de Políticas para Mulheres - SPM, bandeira histórica das mobilizações das mulheres, hoje levada à condição de ministério, para elaborar estas políticas e ir diminuindo as desigualdades entre os sexos.<br />
Ser a favor das mulheres não é ser contra os homens, e sim a favor de uma sociedade justa!<br />
<br />
Pra ser muito mais Brasil!<br />
<br />
A UJS chega ao seu 15° Congresso Nacional - são 25 anos de história - com o lema Pra ser muito mais Brasil!. Serão milhares e milhares de jovens nos quatro cantos do Brasil debatendo educação, trabalho, saúde, cultura, dentre muitas outras, e nossas questões específicas das jovens mulheres. É o momento de organizarmos nossas lutas para o próximo período. E você pode fazer parte desta história!<br />
<br />
Fonte: Acervo pessoal. Site da UJS: <a href="http://www.ujs.org.br">www.ujs.org.br</a><br />
<br />
<b>obs.: Peço desculpas pela demora para atualizar o blog, pois estou envolvida com muitas lutas, a correria está grande, mas não esqueci o queimando sutiã não. hehehe...<br />
<br />
obs.1: Para contribuir com o blog, envie um e-mail para queimeimeusutia@gmail.com</b>Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-45130829260415136642010-02-11T01:40:00.000-02:002010-02-11T01:40:55.052-02:00PiadinhaAinda no clima das piadas, mais um e-mail que recebi.<br />
<br />
<b>Exigencias de um penis</b><br />
<br />
Eu, Pênis, solicito aumento de salário pelas seguintes razões:<br />
<br />
<br />
<i>> > * Faço esforço físico no cumprimento de minhas funções;<br />
> > * Trabalho em grandes profundidades;<br />
> > * Mergulho de cabeça em tudo que faço;<br />
> > * Não descanso nos fins de semana ou feriados nacionais;<br />
> > * Trabalho em ambiente extremamente úmido;<br />
> > * Não recebo horas extras;<br />
> > * Trabalho em ambiente sem iluminação e sem ventilações adequadas;<br />
> > * Trabalho sob altas temperaturas, sem climatização;<br />
> > * Meu trabalho me expõe as doenças contagiosas;<br />
<br />
> > RESPOSTA DA DIRETORIA (Feminina)<br />
<br />
Sr. Pênis, após a revisão dos seus pedidos e considerando seus argumentos, a DIRETORIA REJEITOU seu pedido baseando-se nos seguintes fatos:<br />
<br />
> > * Você não trabalha 8 horas ininterruptamente;<br />
> > * Você dorme durante o expediente após curtos períodos de trabalho em visível demonstração de 'corpo mole'<br />
> > * Você não segue sempre as ordens da gerência e costuma visitar outras repartições;<br />
> > * Não tem iniciativa. Precisa ser estimulado e pressionado para começar a trabalhar;<br />
> > * Você deixa seu ambiente de trabalho bagunçado ao final do turno;<br />
> > * Nem sempre você observa as normas de segurança de trabalho e abre mão de seu EPI - Equipamento de Proteção Individual. Ou seja, não veste a correta roupa protetora;<br />
> > * Você se aposentará muito antes dos 65 anos;<br />
> > * Você é incapaz de trabalhar dois turnos dobrados;<br />
> > * As vezes você abandona sua posição de trabalho antes de completar a tarefa;<br />
> > * Ou passa mal e vomita ou simplesmente desmaia;<br />
> > * E se tudo isso não bastasse, temos observado que você entra e sai do seu local de trabalho carregando um saco de aparência suspeita.<br />
<br />
> > Sem Mais.<br />
<br />
> > Atenciosamente,<br />
<br />
> > Diretoria Feminina!</i><br />
<br />
Ah, é engraçada né? Ou será que eu estou besta demais e afetada pelo clima do carnaval?<br />
<br />
<b>obs.1: Em tempo de férias, quase impossível uma produção intelectual. Desculpa! <br />
<br />
obs.2: Sequencia estratégica de Postagens toscas, assim fica claro que preciso de contribuições! hehehe...</b>Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-67032568950217081862010-02-03T16:56:00.000-02:002010-02-03T16:56:31.841-02:00Vingança!Hoje trago aqui um e-mail que recebi, cheio de piadinhas a respeito dos homens. <br />
Não quero ser a semente da discórdia, mas ah, nós mulheres sofremos tanto com piadas e com o preconceito, temos crédito pra brincar um pouquinho... hehehehe<br />
Segue abaixo o e-mail que me rendeu algumas risadas.<br />
<br />
Verdades sobre os homens...<br />
<br />
01) Como se chama uma mulher que sabe onde seu marido está, todas as<br />
noites?<br />
Resposta: Viúva.<br />
<br />
02) Como se chama um homem inteligente, sensível e bonito?<br />
R.: Boato.<br />
<br />
03) O que deve fazer uma mulher quando seu marido corre em zigue-zague pelo<br />
jardim?<br />
R.: Continuar a atirar!<br />
<br />
04) Por que os homens não têm período de crise na idade madura?<br />
R.: Porque nunca saem da adolescência. (Absolutamente verdade!)<br />
<br />
05) Qual é o ponto comum entre os homens que freqüentam bares para<br />
solteiros?<br />
R.: Todos eles são casados.<br />
<br />
06) Por que as mulheres não querem mais se casar?<br />
R..: Porque não é justo! Imagine: por causa de '100 gramas de lingüiça' ter<br />
que levar o porco inteiro! (Mto boa!!!)<br />
<br />
07) Qual a semelhança entre o homem e o microondas?<br />
R.: Aquecem em 15 segundos!<br />
<br />
<br />
08) Por que não existe homem inteligente, sensível e bonito ao mesmo tempo?<br />
R.: Seria mulher!<br />
<br />
09) Quando um homem mostra que tem planos para o futuro?<br />
R.: Quando ele compra 2 caixas de cerveja.<br />
<br />
10) Por que mulheres casadas são mais gordas do que as solteiras?<br />
R.: A solteira chega em casa, vê o que tem na geladeira e vai pra cama.<br />
Já a casada vê o que tem na cama e vai pra geladeira.<br />
(Hahahahaha)<br />
<br />
11) O que disse Deus depois de criar o homem<br />
R.: Tenho que ser capaz de fazer coisa melhor...<br />
<br />
12) O que disse Deus depois de criar a mulher?<br />
R.: A prática traz a perfeição!<br />
Hahahahahaha muuuuuiiiito bom....<br />
<br />
obs.: Sei que até estas piadas possuem resquícios de preconceito, mas a semana começou tão bem, que não consigo me chatear com nada... <br />
<br />
Boa risada e restante de semana a todos e todas!Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-35278005460397564882010-01-25T11:10:00.000-02:002010-01-25T11:10:14.883-02:00Odeio Machismo cristão!Ao lado de uma colega de sala muito religiosa, que é evangélica, experimentei alguns segundos de desespero.<br />
<br />
Em plena semana de apresentação do meu ensaio que falava sobre a exploração da mulher pela indústria cultural, resolvi abrir a bíblia aleatoriamente para me distrair da aula que estava chata.<br />
<br />
Para minha surpresa li algumas frases que enfatizavam a submissão feminina como algo necessário para o exercício das boas condutas religiosas.<br />
Já havia visto vários comentários sobre o machismo biblico, mas nunca havia lido, e confesso, me decepcionei! <br />
<br />
Encontrei uma comunidade no orkut, muito boa da qual roubei o título para minha postagem... E de lá copiei alguns exemplos de citações bíblicas que representam melhor e ilustram o que realmente estou falando...<br />
<br />
Veja só:<br />
<br />
"Multiplicarei grandemente os teus sofrimentos e a tua gravidez; darás à luz teus filhos entre dores; contudo, sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará".<br />
-Gênesis 3:16<br />
<br />
"Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor"<br />
- Colossenses 3:18<br />
<br />
"Os maridos devem permitir que as suas mulheres, que são de um sexo mais frágil, possam orar."<br />
- I Pedro 3:7<br />
<br />
"A cabeça do homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus."<br />
- I Coríntios 11:3<br />
<br />
"O homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem."<br />
- I Coríntios 11:9<br />
<br />
"As mulheres devem ficar caladas nas assembléias de todas as igrejas dos santos, pois devem estar submissas, como diz a lei."<br />
- I Coríntios 14:34<br />
<br />
"Se a mulher trair o seu marido, ela será feita em objeto de maldição pelo Senhor, sua coxa irá descair e seu ventre inchará."<br />
- Números 5:20-27<br />
<br />
<br />
Bom, agora deu pra sentir um pouco do meu desespero né? <br />
Afinal enquanto tentamos através da militância política quebrar qualquer tipo de preconceito, com diversas lutas e movimentos, paralelamente temos enraizado em todos os ambientes sociais, como a igreja, a reafirmação dos papéis sociais que reservam à mulher este estereótipo de submissão.<br />
<br />
Religiões Cristãs de todo mundo que me perdoem, mas se a Bíblia é machista, eu a Odeio!Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-65179284700093256482010-01-19T00:35:00.000-02:002010-01-19T00:35:54.806-02:00O ódio do feminino: o caso da aluna da UNIBANA contribuição de hoje veio por e-mail no mês de novembro de 2009. Trata-se de um texto de Contardo Calligaris, psicanalista e colunista da Folha de S. Paulo, que discorre sobre o caso da aluna da Universidade Bandeirante, Geysi Arruda, hostilizada por estudantes da Universidade, por se vestir da maneira que deseja.<br />
<br />
<br />
NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.<br />
<br />
O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça.<br />
Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.<br />
<br />
A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".<br />
<br />
Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.<br />
<br />
Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre "vendido") de duas maneiras fundamentais: "veados" e "filhos da puta".<br />
<br />
Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia.<br />
Ou seja, "veados" e "filhos da puta" são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir.<br />
<br />
Cuidado: "veado", nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos "veados", por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser "usados" por seus ofensores. "Veado", nesse insulto, está mais para "bichinha", "mulherzinha" ou, simplesmente, "mulher".<br />
<br />
Quanto a "filho da puta", é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. "Puta", nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo.<br />
<br />
Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio.<br />
<br />
O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de "querer"? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer.<br />
<br />
A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada.<br />
<br />
Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de "Zorba, o Grego", com redação obrigatória no fim?<br />
<br />
Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado.Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-42022187624663130362010-01-15T12:57:00.002-02:002010-01-15T13:10:10.150-02:00MachismoHoje começa aqui no blog uma sequência de contribuições de alguns amigos e camaradas sobre as questões relacionadas à discussão de gênero. <br />
Para começar, um texto escrito em 2006, pelo diretor de comunicação da ABES (Associação Baiana de Estudantes Secundaristas) na época. Estou falando do valoroso camarada Alex Vasques que discorre neste texto sobre diversas problemáticas machistas cotidianas e finaliza provocando debates inspirados em documentos do Partido Comunista do Brasil - PC do B.<br />
Ah, para finalizar, deixo o espaço aberto para novas contribuições.<br />
Forte abraço e Boa leitura! <br />
<br />
<b>Questão de Gênero</b><br />
<br />
-Dificuldades do alinhamento da teoria a pratica, no tratamento com as mulheres.<br />
<br />
Nós comunistas temos uma imensa capacidade critica, com certeza o setor da sociedade que mais incentiva a critica, desde os primórdios, por uma simples questão acreditamos que temos que nos autovigiar e vigiar nossos camaradas, para não vacilarmos nos desprendendo do caminho da luta, nos corrompendo, para que possamos superar os vícios burgueses da sociedade, que estão entranhados no nosso cotidiano e cada vez mais propagados pelos meios de comunicações. A sociedade contemporânea sofre um intenso processo de alienação e de menosprezo da MULHER, como um ser pensante, apto a está na sociedade, a exemplo dos diversos processos preconceituosos que existem e tem que ser combatidos, quando também reflete algumas conquistas do movimento feminista na sua historia, que forjou diversas heroínas como: Elza Monerat, Olga Benário, Anita Garibaldi, Helenira Resende e Dinalva Oliveira. Neste cenário nos comunistas homens e mulheres temos um papel importante na superação do machismo, vicio burguês que atrapalha o avanço da sociedade e nossa atuação enquanto revolucionários, tendo em vista, que muitos de nós, pra não dizer quase todos, não estamos cumprindo com o nosso papel. No pouco conhecimento teórico e pratico, dentro do movimento comunista brasileiro, avaliando alguns dados, acredito que a opressão de sexo seja uma das mais difíceis de nós superarmos, o seu nascimento coincide historicamente com o nascimento da opressão de classe, mas não significa que acaba junto com a exploração de classe, e uma batalha intensa por avanços, culturais nos hábitos e rotinas, nos valores, a luta contra a opressão de sexo está na ordem do dia na agenda socialista. Em diversos momentos somos hipócritas por achar que estamos combatendo da forma que deveria ser feita, ou que não estamos simplesmente reproduzindo, visto que a autocritica, deve ser feita na pratica e que a teoria deve alinhar-se o mais próximo a pratica. Nos relacionamentos pessoais homens e mulheres, podem comprovar está avaliação, não digo só nos relacionamentos amorosos, mas amigos, maternos, familiares, profissionais e todo tipo de relacionamento pessoal, até no conceito de “cavalheirismo”, que tanto valoriza o homem, tratamos as mulheres como indefesas, como um vaso de porcelana que a qualquer momento tem perigo de cair no chão e se quebrar em pedaços, não quero aqui dizer, para que os seres humanos não sejam solidários e gentis uns com os outros, mas sim alertar pra tal questão que preocupa; nossas filhas não podem namorar antes dos quinze anos, os filhos nós incentivamos desde cedo, nossas amigas si tiverem relação com alguns garotos são rotuladas como prostitutas, como galinhas e outros adjetivos mais, os amigos são os mais bonitos, os mais simpáticos, os mais miseráveis (no sentido figurado da palavra), os que se sobressaem, a vizinha se sai com homens com carro ou com poder aquisitivo elevado é “MARIA GASOLINA”, já o homem é malandro, vai si dar bem na vida, porque aprendeu a viver da melhor forma possível, sendo gigolô, brincadeiras como bateu o carro daquele jeito, “SÓ PODIA SER MULHER!”, estão no nosso cotidiano e nem sempre percebemos, nos namoros traímos nossas companheiras, dando desculpas que a relação tem que ser aberta, livre, que a relação tem que romper com os padrões normais, mas que liberdade ou relação anormal que nós temos? Quando não compartilhamos está opinião, achamos que a relação anormal deve-se dá como via de mão de única, porque se a mulher agir da mesma forma não aceitamos. Como podemos nos abster da responsabilidade? Achamos que as partes mais valiosas da mulher são o conjunto (seios, nádegas e vagina), o prazer é muito bom eu sei, mas não podemos tratar as mulheres como meros objetos, servindo simplesmente para praticar o sexo e tomar posse.<br />
<br />
A mudança desta realidade, para trilhar o caminho da nova sociedade, fazendo o combate no nosso meio (nossa organização revolucionária) e dentro da sociedade é uma bandeira socialista, para que possamos ter uma sociedade que valorize ao ser humano, e seus direitos, dando-lhe qualidade de vida, seja ele negro, branco, homem, mulher, homossexual e etc. É importante também falar um pouco, do momento histórico, para o partido e para o povo brasileiro. O reconhecimento de alguns equívocos, a afirmação da centralidade na luta pela emancipação da mulher, na 1ª Conferência de Mulher do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que foi aprovada no estatuto do 11º Congresso do PCdoB, incluindo um Fórum Nacional Permanente sobre a questão.<br />
<br />
<b>“Não existe emancipação humana, sem emancipação da mulher”.</b><br />
<br />
Frase que exemplifica o caráter estratégico na luta pela emancipação feminina. Grandes debates feitos em torno da questão, diversas conferências no país inteiro, desde assembléias de organismos, a conferências estaduais e municipais, findando todo este processo na 1ª Conferência Nacional, que tiro um rico documento sobre o assunto, tirando diretivas teóricas, praticas e constatações, imprescindíveis para elevar o patamar da luta pela emancipação da mulher. Dessas constatações e diretivas quero passar somente por algumas:<br />
<br />
1- Dupla jornada de trabalho: Trilhando nossa rota, a partir de quando o capitalismo se da conta que só explora um setor da sociedade, as mulheres são incluídas no mercado de trabalho, como mão de obra de segunda categoria, tendo a mesma agora que se preocupar com o trabalho doméstico e com o trabalho “produtivo”, tendo uma dupla jornada de trabalho, sendo o primeiro ainda desconsiderado como trabalho e imposto pela sociedade como seu papel de vida, de destino.<br />
2- Fortalecimento da corrente emancipacionista no movimento feminista, a UBM (União Brasileira de Mulheres), colocando-a no patamar de vanguarda do movimento feminista, irradiadora das idéias mais avançadas nos seio das trabalhadoras, associando a luta das mulheres, há luta de toda sociedade, quero dizer que a questão de gênero não é só interesse das mulheres, mas sim a toda sociedade, tendo as mulheres o papel de dirigentes do processo emancipação feminina.<br />
3- Política de formação: Um dos pilares mais importantes para o combate irrestrito ao machismo, e tanto outros vícios burgueses é a formação, teórica dando a linha estratégica e munição para o combate, e a prática ensinando a combater.<br />
4- Sobrelevar a participação da mulher na vida e nas instâncias de partido e nas instâncias públicas confere ao nosso partido a condição de pólo irradiador dos valores mais avançados do emancipacionismo.<br />
<br />
É só o inicio de uma longa caminhada.<br />
<b>VIVA AS MULHERES!</b>Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-59379407895647883442009-12-11T01:01:00.000-02:002009-12-11T01:01:18.964-02:00Informe!A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) será entrevistada, nesta sexta-feira (11/12), no Bahia no Ar, o primeiro telejornal da TV Itapoan. <br />
A coordenadora da Bancada Feminina na Câmara falará sobre a campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres", entre outros temas. <br />
<br />
O programa, apresentado por Daniela Prata, começa às 7h e antecede o Fala Brasil, noticiário nacional da Rede Record. <br />
<br />
Imperdível!Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-61165525034937780832009-12-08T01:31:00.000-02:002009-12-08T01:31:35.227-02:00Apropriação da Imagem Feminina Pela Indústria CulturalA Indústria Cultural se apropria das mais variadas coisas para transformar em produtos de mercado, através dos veículos midiáticos ela propaga seu comércio. Cria-se um mundo das aparências, reforçando os discursos que legitimam os papeis sociais. Dessa forma, a mulher se transformou em mais um alvo dessa indústria. <br />
Sabemos que historicamente nossa sociedade forjou os locais sociais, onde determinados grupos transitam em espaços determinados. À mulher foram assim legadas as funções primárias e não deliberativas da sociedade, foi destinada a ocupar o espaço do privado. Criaram-se assim, o estereotipo da mãe afável, da rainha do lar, e quando a mulher ousou transcender o privado alcançando o espaço público, este pertencimento exclusivo do homem, recebeu mais um estereotipo, o da mulher vulgar, indigna, da puta. <br />
Todos os dias, quando ligamos nosso aparelho de TV ou folheamos nossas revistas semanais, percebemos de forma prática a veracidade deste quadro social, pois nos deparamos com várias imagens publicitárias que apresentam/reapresentam, afirmam/reafirmam, reforçam e propagam simbolicamente a condição do sujeito mulher.<br />
Tomemos, de forma simples, alguns exemplos de propagandas comerciais para ilustrarmos esta afirmação. Em primeiro lugar, podemos citar as publicidades referentes a produtos destinados ao consumo doméstico, como: materiais de limpeza, alimentícios, eletrodomésticos, pediátricos e farmacêuticos. Estes têm a imagem da mulher agregada para construir a idéia do indivíduo que está destinado a manutenção do privado, ou seja, a mulher torna-se ai a responsável pela ordem familiar e pelo gerenciamento da casa.<br />
Do outro lado da moeda, nos deparamos com propagandas inversas, como de cervejas, carros, futebol, álbuns fonográficos e festas carnavalescas. Em todos estes exemplos as mulheres aparecem seminuas e na maioria das vezes com fisionomias eróticas, deturpando a idéia de liberdade e autonomia, lutas dos movimentos feministas. Transformam as garotas propagandas em mais um objeto de consumo agregado ao produto que esta sendo vendido. <br />
As telenovelas também têm um papel importantíssimo neste processo, pois elas são uns dos maiores veículos comunicadores de massa. Tem uma linguagem simples, onde qualquer individuo, com variado grau de abstração, absorve seus conteúdos simbólicos, na maioria das vezes, de forma não critica.<br />
Vemos neste programa (telenovela) que é muito apreciado pelos brasileiros, verdadeiros abusos das imagens femininas quando, por exemplo, são expostas personagens de secretárias domésticas, geralmente vestidas com trajes que ressaltam o seu corpo, incitando um erotismo, limitando aquele indivíduo a um instrumento sexual. Isto fica mais explícito quanto existe na trama a figura do patrão que, hora ou outra, se insinua para a empregada, normatizando a representação da mulher puta. É necessário destacar que essas personagens, de funções domésticas, são geralmente negras, símbolos da sexualidade brasileira. <br />
Podemos assim, verificar o papel da Indústria Cultural como instituição mantedora e reprodutora da ordem vigente, sendo uma propagadora de discursos que escamoteiam a ideologia capitalista.Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-85479743449192452472009-12-08T01:29:00.000-02:002009-12-08T01:29:22.104-02:00Passeando Pela Questão do GêneroO Conceito de Gênero desenvolvido a partir da década de 1960 vem de forma gradativa se estruturando e estabelecendo-se enquanto categoria de analise cientifica. Dessa forma, mostra-se como um instrumento eficaz nos estudos das construções sociais. Essa nova perspectiva analítica procura perceber “a criação inteiramente social das idéias sobre os papeis próprios aos homens e mulheres” .<br />
A emergência deste conceito só foi possível por causa da ocorrência de mudanças nas estruturas sociais, onde a partir da década de 1960 surgiram os movimentos feministas, que adentram as academias pela necessidade de pensar teoricamente a condição do feminino no corpo social. As mulheres passaram a reivindicar a equidade nas relações sociais, e as(os) teóricas(os) começaram a pensar as condições que determinam os papeis dos agentes sociais, a partir de processos que se constroem de forma a levar em consideração a relação sexual/social. Começou a se perceber os discursos que legitimam e reproduzem a situação de marginalização existencial das mulheres. Sendo assim, como afirma Ana Maria Colling:<br />
<br />
A história das mulheres é uma história recente, porque desde o século XIX, quando a História se transforma em disciplina cientifica, o lugar da mulher dependeu das representações dos homens, que foram, por muito tempo, os únicos historiadores. Na década de 60, as mulheres quiseram contar a sua história, olharam para trás e viram que não tinham nenhuma. Não existiam, eram somente uma representação do olhar masculino. Os homens a contavam. Por isso, falar do feminino é falar das representações que esconderam este feminino ao longo da História .<br />
<br />
É na luta de visibilidade da ‘questão feminina’, pela conquista e ampliação dos seus direitos específicos, pelo fortalecimento da identidade da mulher, que nasce um contra discurso feminista e que se constitui um campo feminista do conhecimento, [contudo], a categoria relacional do gênero desinveste a preocupação de fortalecimento da identidade mulher, ao contrário do que se visava inicialmente com um projeto alternativo de uma ciência feminista . O conceito de gênero nasceu de um movimento político de militância, onde se pretendia inicialmente lutar pela emancipação do sujeito mulher, para só depois teorizá-lo.<br />
A análise de Gênero é uma nova postura científica que emerge junto ao que chamamos de pós-modernidade, e que deve ser aplicada em todas as áreas do conhecimento humano se quisermos repensar e modificar nossas práticas sociais, para construirmos uma sociedade onde as relações não se basearão na exploração, desqualificação e comercialização do outro.Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-9782675116653218242009-12-08T01:27:00.000-02:002009-12-08T01:27:51.270-02:00Tecendo Debates Sobre a Indústria CulturalA cultura então sintetiza a produção artificial do homem, ou seja, todo aquilo que ele não tinha ao perceber-se no mundo, confundido entre todos os animais, apenas como parte da natureza. A cultura então diz respeito ao polimento da pedra e, antes disso, à concepção do uso da pedra como uma ferramenta; diz também respeito a todo o trabalho de nomeação do mundo, de invenção da linguagem, das palavras, dos gestos e dos seus sentidos; portanto, à invenção do símbolo, do signo e de toda uma segunda natureza humana, a natureza da cultura .<br />
<br />
Nessa ideologia capitalista, onde tudo é demasiadamente comercializável, todos os aspectos de nossas vidas são transformados em coisas, em produtos. Dessa forma, a cultura que é tida antropologicamente como produção do modo de viver dos vários grupos sociais, também foi coisificada, pois dentro da sociedade de consumo essa produção do modo de viver tornou-se padronizado e massificado. Dentro da lógica do capital a produção se constrói em larga escala, por isso forjou-se uma Indústria Cultural com a responsabilidade de produzir e reproduzir comportamento. <br />
<br />
O termo “Indústria Cultural” surgiu na Escola de Frankfurt na década de 40 e representa uma análise do modelo de cultura que se instituiu junto com o capitalismo. Trata-se da homogeneização de comportamentos do entendimento do mesmo, como mercadoria, pois inserida neste sistema, prioriza a produção e o faturamento. Nesse sentido, “esse é o quadro caracterizador da indústria cultural: revolução industrial, capitalismo liberal, economia de mercado, sociedade de consumo” .<br />
Este conceito se fortalece, porque o que deveria ser a democratização da cultura se transformou na divisão destas em “cultura de elite”, “cultura de massa” e “cultura popular”. Enquanto o conveniente seria o acesso irrestrito de toda sociedade a todo tipo de cultura, acontece o inverso, haja vista que dentro desta distinção dos tipos de cultura, existe também uma divisão econômica, que permite que quem possui um maior poder aquisitivo consuma um tipo de cultura diferente de quem possui um menor poder aquisitivo, há ai uma categorização e qualificação dos grupos sociais que são distribuídos em um sistema de classes. <br />
<br />
A democratização da cultura tem como precondição a idéia de que os bens culturais (no sentido restrito de obras de arte e de pensamento e não no sentido antropológico amplo que apresentamos no estudo sobre a idéia de cultura) são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso e de fruição das obras culturais, direito a informação e à formação culturais, direito à produção cultural . <br />
<br />
Dessa forma, a cultura na lógica capitalista se configura num processo empresarial, de produção, distribuição, comercialização e lucro, esvaziando-se do sentido utilitário e voltando-se para o supérfluo. Estamos assim localizados em um verdadeiro espetáculo midiático. <br />
Na estrutura dessa sociedade, todo grupo social possui um papel pré-estabelecido, onde com o advento da pós-modernidade ultrapassamos a divisão estabelecida por Marx (burguesia x proletariado) em sua teoria, evidenciamos agora, principalmente com as contribuições de Foucault, as micro-relações de opressão, e os vários grupos sociais/identitários submersos na supra-relação de produção.<br />
Um dos vários grupos inseridos nesse contexto é o das mulheres que, tiveram seus papeis densamente estabelecidos, e que na atual situação mercadológica tem sua imagem apropriada pela Indústria Cultural.Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-53816741572078986682009-12-08T01:26:00.000-02:002009-12-08T01:26:21.712-02:00Um Breve Esboço da Forma de Produção CapitalistaA história é embalada pelos constantes movimentos das mudanças, os seres humanos estão, inevitavelmente, criando/recriando e produzindo/reproduzindo seus modos de viver. Neste processo histórico de transformações sociais, a humanidade vivenciou diferentes formas de produção econômica, dentre elas o Capitalismo que se faz presente aos dias atuais. O sistema do capital vem se mostrando como uma engrenagem retro-alimentativa, onde são forjados vários mecanismos para sua manutenção.<br />
Nosso modo de produção está predominantemente estruturado na divisão social do trabalho, cada vez mais fragmentada, onde para Marx:<br />
<br />
A divisão do trabalho é a expressão econômica do caráter social do trabalho no interior da alienação. Ou então, uma vez que o trabalho constitui apenas uma expressão da atividade humana no seio da alienação, da manifestação da vida como alienação da vida, a divisão do trabalho não passa do estabelecimento alienado da atividade humana como uma atividade genérica real ou como a atividade do homem enquanto ser genérico .<br />
<br />
O homem e a mulher foram alienados da sua própria força de trabalho, foram transformados em mercadorias que tem por função produzir e consumir mercadorias. Somos postos no mercado como objetos comercializáveis que, obedecem às orientações da concorrência da mais valia. <br />
Esse modelo econômico/social tem suas bases assentadas na propriedade privada e no lucro, este é nada mais nada menos o que a força de trabalho não paga, ou seja, o proletariado produz mais do que recebe. “O trabalho produz coisas boas para os ricos, mas produz a escassez para o trabalhador” , é o sistema das contradições e discrepâncias sociais.<br />
“A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e parciais que um objeto só é nosso quando o temos, quando existe para nós como capital ou quando por nós é diretamente possuído, comido, bebido, transportado no corpo, habitado, etc., ou melhor, quando é utilizado” . Estamos orientados pela produção excessiva de mercadorias, onde tudo é coisificado e comercializado, até mesmo as nossas produções culturais.Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-46185289659255142132009-12-07T12:57:00.004-02:002009-12-08T01:25:18.847-02:00Para Início de ConversaCom advento do capitalismo como sistema financeiro vigente, foram estabelecidos novos valores sociais, onde a palavra de ordem é o capital. Dentro deste contexto, a mulher sofreu um processo de construção e apropriação da sua imagem pela indústria cultural, foi transformada em coisa, e sua condição social de submissão ao homem, é constantemente reafirmada. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo estudar os efeitos desta apropriação no comportamento social, ou seja, como a legitimação da representação feminina pela indústria cultural reflete nas expressões culturais (considerando aqui restritamente o comportamento social). Para isto, algumas discussões são estabelecidas em relação à forma de produção capitalista, ao conceito de indústria cultural, à questão do gênero e finalmente à apropriação da imagem feminina pela indústria cultural, para que o entendimento se faça de forma contextualizada <br />
<br />
Para compreender estas questões, este trabalho se apresenta como um provocador do debate desta realidade, construindo um resgate histórico e uma pesquisa atual de todas as vertentes citadas.Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2521543225282163477.post-2369698777525495012009-12-05T20:54:00.005-02:002009-12-05T23:46:38.511-02:00Objetivando...Este blog configura-se como um trabalho de discussão acerca de questões relacionadas à mulher.<br />
E embora o endereço nos remeta a uma visão feminista de forma bem humorada, o conteúdo aqui abordado envolve discussões sérias sobre gênero, voltadas para o papel que é atribuído à mulher na sociedade.<br />
<br />
Surgiu como uma proposta da disciplina de Introdução à Informática, do curso de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios, do qual faço parte, entretanto tende a se transformar em um importante fórum de discussão de diversos temas voltados para o universo feminino.<br />
A maior discussão será a apropriação da imagem da mulher pela indústria cultural, nosso principal objeto de pesquisa. Para isso se fazem necessárias algumas abordagens mais profundas para contextualizar nosso debate, que passam pela instauração do capitalismo como sistema, da indústria cultural como agente definidor da cultura de massa, etc., por isto teremos algumas postagens longas, com citações e sugestões de leitura.<br />
<br />
Os textos aqui publicados inicialmente são parte de um ensaio feito para a disciplina de Teoria da Comunicação por mim e por meu colega de sala Antonio Carvalho.<br />
<br />
Boa leitura e bom debate!Amandahttp://www.blogger.com/profile/11610826152983327714noreply@blogger.com2