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Estudante de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia.

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Postado por Amanda sexta-feira, 11 de dezembro de 2009 0 comentários

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) será entrevistada, nesta sexta-feira (11/12), no Bahia no Ar, o primeiro telejornal da TV Itapoan.
A coordenadora da Bancada Feminina na Câmara falará sobre a campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres", entre outros temas.

O programa, apresentado por Daniela Prata, começa às 7h e antecede o Fala Brasil, noticiário nacional da Rede Record.

Imperdível!

Apropriação da Imagem Feminina Pela Indústria Cultural

Postado por Amanda terça-feira, 8 de dezembro de 2009 1 comentários

A Indústria Cultural se apropria das mais variadas coisas para transformar em produtos de mercado, através dos veículos midiáticos ela propaga seu comércio. Cria-se um mundo das aparências, reforçando os discursos que legitimam os papeis sociais. Dessa forma, a mulher se transformou em mais um alvo dessa indústria.
Sabemos que historicamente nossa sociedade forjou os locais sociais, onde determinados grupos transitam em espaços determinados. À mulher foram assim legadas as funções primárias e não deliberativas da sociedade, foi destinada a ocupar o espaço do privado. Criaram-se assim, o estereotipo da mãe afável, da rainha do lar, e quando a mulher ousou transcender o privado alcançando o espaço público, este pertencimento exclusivo do homem, recebeu mais um estereotipo, o da mulher vulgar, indigna, da puta.
Todos os dias, quando ligamos nosso aparelho de TV ou folheamos nossas revistas semanais, percebemos de forma prática a veracidade deste quadro social, pois nos deparamos com várias imagens publicitárias que apresentam/reapresentam, afirmam/reafirmam, reforçam e propagam simbolicamente a condição do sujeito mulher.
Tomemos, de forma simples, alguns exemplos de propagandas comerciais para ilustrarmos esta afirmação. Em primeiro lugar, podemos citar as publicidades referentes a produtos destinados ao consumo doméstico, como: materiais de limpeza, alimentícios, eletrodomésticos, pediátricos e farmacêuticos. Estes têm a imagem da mulher agregada para construir a idéia do indivíduo que está destinado a manutenção do privado, ou seja, a mulher torna-se ai a responsável pela ordem familiar e pelo gerenciamento da casa.
Do outro lado da moeda, nos deparamos com propagandas inversas, como de cervejas, carros, futebol, álbuns fonográficos e festas carnavalescas. Em todos estes exemplos as mulheres aparecem seminuas e na maioria das vezes com fisionomias eróticas, deturpando a idéia de liberdade e autonomia, lutas dos movimentos feministas. Transformam as garotas propagandas em mais um objeto de consumo agregado ao produto que esta sendo vendido.
As telenovelas também têm um papel importantíssimo neste processo, pois elas são uns dos maiores veículos comunicadores de massa. Tem uma linguagem simples, onde qualquer individuo, com variado grau de abstração, absorve seus conteúdos simbólicos, na maioria das vezes, de forma não critica.
Vemos neste programa (telenovela) que é muito apreciado pelos brasileiros, verdadeiros abusos das imagens femininas quando, por exemplo, são expostas personagens de secretárias domésticas, geralmente vestidas com trajes que ressaltam o seu corpo, incitando um erotismo, limitando aquele indivíduo a um instrumento sexual. Isto fica mais explícito quanto existe na trama a figura do patrão que, hora ou outra, se insinua para a empregada, normatizando a representação da mulher puta. É necessário destacar que essas personagens, de funções domésticas, são geralmente negras, símbolos da sexualidade brasileira.
Podemos assim, verificar o papel da Indústria Cultural como instituição mantedora e reprodutora da ordem vigente, sendo uma propagadora de discursos que escamoteiam a ideologia capitalista.

O Conceito de Gênero desenvolvido a partir da década de 1960 vem de forma gradativa se estruturando e estabelecendo-se enquanto categoria de analise cientifica. Dessa forma, mostra-se como um instrumento eficaz nos estudos das construções sociais. Essa nova perspectiva analítica procura perceber “a criação inteiramente social das idéias sobre os papeis próprios aos homens e mulheres” .
A emergência deste conceito só foi possível por causa da ocorrência de mudanças nas estruturas sociais, onde a partir da década de 1960 surgiram os movimentos feministas, que adentram as academias pela necessidade de pensar teoricamente a condição do feminino no corpo social. As mulheres passaram a reivindicar a equidade nas relações sociais, e as(os) teóricas(os) começaram a pensar as condições que determinam os papeis dos agentes sociais, a partir de processos que se constroem de forma a levar em consideração a relação sexual/social. Começou a se perceber os discursos que legitimam e reproduzem a situação de marginalização existencial das mulheres. Sendo assim, como afirma Ana Maria Colling:

A história das mulheres é uma história recente, porque desde o século XIX, quando a História se transforma em disciplina cientifica, o lugar da mulher dependeu das representações dos homens, que foram, por muito tempo, os únicos historiadores. Na década de 60, as mulheres quiseram contar a sua história, olharam para trás e viram que não tinham nenhuma. Não existiam, eram somente uma representação do olhar masculino. Os homens a contavam. Por isso, falar do feminino é falar das representações que esconderam este feminino ao longo da História .

É na luta de visibilidade da ‘questão feminina’, pela conquista e ampliação dos seus direitos específicos, pelo fortalecimento da identidade da mulher, que nasce um contra discurso feminista e que se constitui um campo feminista do conhecimento, [contudo], a categoria relacional do gênero desinveste a preocupação de fortalecimento da identidade mulher, ao contrário do que se visava inicialmente com um projeto alternativo de uma ciência feminista . O conceito de gênero nasceu de um movimento político de militância, onde se pretendia inicialmente lutar pela emancipação do sujeito mulher, para só depois teorizá-lo.
A análise de Gênero é uma nova postura científica que emerge junto ao que chamamos de pós-modernidade, e que deve ser aplicada em todas as áreas do conhecimento humano se quisermos repensar e modificar nossas práticas sociais, para construirmos uma sociedade onde as relações não se basearão na exploração, desqualificação e comercialização do outro.

A cultura então sintetiza a produção artificial do homem, ou seja, todo aquilo que ele não tinha ao perceber-se no mundo, confundido entre todos os animais, apenas como parte da natureza. A cultura então diz respeito ao polimento da pedra e, antes disso, à concepção do uso da pedra como uma ferramenta; diz também respeito a todo o trabalho de nomeação do mundo, de invenção da linguagem, das palavras, dos gestos e dos seus sentidos; portanto, à invenção do símbolo, do signo e de toda uma segunda natureza humana, a natureza da cultura .

Nessa ideologia capitalista, onde tudo é demasiadamente comercializável, todos os aspectos de nossas vidas são transformados em coisas, em produtos. Dessa forma, a cultura que é tida antropologicamente como produção do modo de viver dos vários grupos sociais, também foi coisificada, pois dentro da sociedade de consumo essa produção do modo de viver tornou-se padronizado e massificado. Dentro da lógica do capital a produção se constrói em larga escala, por isso forjou-se uma Indústria Cultural com a responsabilidade de produzir e reproduzir comportamento.

O termo “Indústria Cultural” surgiu na Escola de Frankfurt na década de 40 e representa uma análise do modelo de cultura que se instituiu junto com o capitalismo. Trata-se da homogeneização de comportamentos do entendimento do mesmo, como mercadoria, pois inserida neste sistema, prioriza a produção e o faturamento. Nesse sentido, “esse é o quadro caracterizador da indústria cultural: revolução industrial, capitalismo liberal, economia de mercado, sociedade de consumo” .
Este conceito se fortalece, porque o que deveria ser a democratização da cultura se transformou na divisão destas em “cultura de elite”, “cultura de massa” e “cultura popular”. Enquanto o conveniente seria o acesso irrestrito de toda sociedade a todo tipo de cultura, acontece o inverso, haja vista que dentro desta distinção dos tipos de cultura, existe também uma divisão econômica, que permite que quem possui um maior poder aquisitivo consuma um tipo de cultura diferente de quem possui um menor poder aquisitivo, há ai uma categorização e qualificação dos grupos sociais que são distribuídos em um sistema de classes.

A democratização da cultura tem como precondição a idéia de que os bens culturais (no sentido restrito de obras de arte e de pensamento e não no sentido antropológico amplo que apresentamos no estudo sobre a idéia de cultura) são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso e de fruição das obras culturais, direito a informação e à formação culturais, direito à produção cultural .

Dessa forma, a cultura na lógica capitalista se configura num processo empresarial, de produção, distribuição, comercialização e lucro, esvaziando-se do sentido utilitário e voltando-se para o supérfluo. Estamos assim localizados em um verdadeiro espetáculo midiático.
Na estrutura dessa sociedade, todo grupo social possui um papel pré-estabelecido, onde com o advento da pós-modernidade ultrapassamos a divisão estabelecida por Marx (burguesia x proletariado) em sua teoria, evidenciamos agora, principalmente com as contribuições de Foucault, as micro-relações de opressão, e os vários grupos sociais/identitários submersos na supra-relação de produção.
Um dos vários grupos inseridos nesse contexto é o das mulheres que, tiveram seus papeis densamente estabelecidos, e que na atual situação mercadológica tem sua imagem apropriada pela Indústria Cultural.

A história é embalada pelos constantes movimentos das mudanças, os seres humanos estão, inevitavelmente, criando/recriando e produzindo/reproduzindo seus modos de viver. Neste processo histórico de transformações sociais, a humanidade vivenciou diferentes formas de produção econômica, dentre elas o Capitalismo que se faz presente aos dias atuais. O sistema do capital vem se mostrando como uma engrenagem retro-alimentativa, onde são forjados vários mecanismos para sua manutenção.
Nosso modo de produção está predominantemente estruturado na divisão social do trabalho, cada vez mais fragmentada, onde para Marx:

A divisão do trabalho é a expressão econômica do caráter social do trabalho no interior da alienação. Ou então, uma vez que o trabalho constitui apenas uma expressão da atividade humana no seio da alienação, da manifestação da vida como alienação da vida, a divisão do trabalho não passa do estabelecimento alienado da atividade humana como uma atividade genérica real ou como a atividade do homem enquanto ser genérico .

O homem e a mulher foram alienados da sua própria força de trabalho, foram transformados em mercadorias que tem por função produzir e consumir mercadorias. Somos postos no mercado como objetos comercializáveis que, obedecem às orientações da concorrência da mais valia.
Esse modelo econômico/social tem suas bases assentadas na propriedade privada e no lucro, este é nada mais nada menos o que a força de trabalho não paga, ou seja, o proletariado produz mais do que recebe. “O trabalho produz coisas boas para os ricos, mas produz a escassez para o trabalhador” , é o sistema das contradições e discrepâncias sociais.
“A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e parciais que um objeto só é nosso quando o temos, quando existe para nós como capital ou quando por nós é diretamente possuído, comido, bebido, transportado no corpo, habitado, etc., ou melhor, quando é utilizado” . Estamos orientados pela produção excessiva de mercadorias, onde tudo é coisificado e comercializado, até mesmo as nossas produções culturais.

Para Início de Conversa

Postado por Amanda segunda-feira, 7 de dezembro de 2009 0 comentários

Com advento do capitalismo como sistema financeiro vigente, foram estabelecidos novos valores sociais, onde a palavra de ordem é o capital. Dentro deste contexto, a mulher sofreu um processo de construção e apropriação da sua imagem pela indústria cultural, foi transformada em coisa, e sua condição social de submissão ao homem, é constantemente reafirmada. Sendo assim, este trabalho tem por objetivo estudar os efeitos desta apropriação no comportamento social, ou seja, como a legitimação da representação feminina pela indústria cultural reflete nas expressões culturais (considerando aqui restritamente o comportamento social). Para isto, algumas discussões são estabelecidas em relação à forma de produção capitalista, ao conceito de indústria cultural, à questão do gênero e finalmente à apropriação da imagem feminina pela indústria cultural, para que o entendimento se faça de forma contextualizada

Para compreender estas questões, este trabalho se apresenta como um provocador do debate desta realidade, construindo um resgate histórico e uma pesquisa atual de todas as vertentes citadas.

Objetivando...

Postado por Amanda sábado, 5 de dezembro de 2009 2 comentários

Este blog configura-se como um trabalho de discussão acerca de questões relacionadas à mulher.
E embora o endereço nos remeta a uma visão feminista de forma bem humorada, o conteúdo aqui abordado envolve discussões sérias sobre gênero, voltadas para o papel que é atribuído à mulher na sociedade.

Surgiu como uma proposta da disciplina de Introdução à Informática, do curso de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios, do qual faço parte, entretanto tende a se transformar em um importante fórum de discussão de diversos temas voltados para o universo feminino.
A maior discussão será a apropriação da imagem da mulher pela indústria cultural, nosso principal objeto de pesquisa. Para isso se fazem necessárias algumas abordagens mais profundas para contextualizar nosso debate, que passam pela instauração do capitalismo como sistema, da indústria cultural como agente definidor da cultura de massa, etc., por isto teremos algumas postagens longas, com citações e sugestões de leitura.

Os textos aqui publicados inicialmente são parte de um ensaio feito para a disciplina de Teoria da Comunicação por mim e por meu colega de sala Antonio Carvalho.

Boa leitura e bom debate!

BIBLIOGRAFIA


CHAUI, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 1995.


COELHO, Texeira. O Que é Indústria Cultural. São Paulo: Brasiliense, 2003.


COLLING, Ana Maria. Gênero e História: um dialogo possível? : Unijui, 2004 p.31


MARTINS, Josemar da Silva. Cultura e Desenvolvimento. Pintadas/BA: Fórum de Cultura Regional, 2004.


MARX, Karl. Manuscritos Econômicos filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2006.


RAGO. Margareth. Epistemologia Feminista: gênero e Historia IN Masculino, Feminino, plural. Florianópolis: Mulheres, 1998.


SOIHET, Rachel. Historias das mulheres. Disponível em: . Acesso em: 05 de Dezembro de 2009, 21:00h.