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Estudante de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia.

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Odeio Machismo cristão!

Postado por Amanda segunda-feira, 25 de janeiro de 2010 12 comentários

Ao lado de uma colega de sala muito religiosa, que é evangélica, experimentei alguns segundos de desespero.

Em plena semana de apresentação do meu ensaio que falava sobre a exploração da mulher pela indústria cultural, resolvi abrir a bíblia aleatoriamente para me distrair da aula que estava chata.

Para minha surpresa li algumas frases que enfatizavam a submissão feminina como algo necessário para o exercício das boas condutas religiosas.
Já havia visto vários comentários sobre o machismo biblico, mas nunca havia lido, e confesso, me decepcionei!

Encontrei uma comunidade no orkut, muito boa da qual roubei o título para minha postagem... E de lá copiei alguns exemplos de citações bíblicas que representam melhor e ilustram o que realmente estou falando...

Veja só:

"Multiplicarei grandemente os teus sofrimentos e a tua gravidez; darás à luz teus filhos entre dores; contudo, sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará".
-Gênesis 3:16

"Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor"
- Colossenses 3:18

"Os maridos devem permitir que as suas mulheres, que são de um sexo mais frágil, possam orar."
- I Pedro 3:7

"A cabeça do homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus."
- I Coríntios 11:3

"O homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem."
- I Coríntios 11:9

"As mulheres devem ficar caladas nas assembléias de todas as igrejas dos santos, pois devem estar submissas, como diz a lei."
- I Coríntios 14:34

"Se a mulher trair o seu marido, ela será feita em objeto de maldição pelo Senhor, sua coxa irá descair e seu ventre inchará."
- Números 5:20-27


Bom, agora deu pra sentir um pouco do meu desespero né?
Afinal enquanto tentamos através da militância política quebrar qualquer tipo de preconceito, com diversas lutas e movimentos, paralelamente temos enraizado em todos os ambientes sociais, como a igreja, a reafirmação dos papéis sociais que reservam à mulher este estereótipo de submissão.

Religiões Cristãs de todo mundo que me perdoem, mas se a Bíblia é machista, eu a Odeio!

O ódio do feminino: o caso da aluna da UNIBAN‏

Postado por Amanda terça-feira, 19 de janeiro de 2010 4 comentários

A contribuição de hoje veio por e-mail no mês de novembro de 2009. Trata-se de um texto de Contardo Calligaris, psicanalista e colunista da Folha de S. Paulo, que discorre sobre o caso da aluna da Universidade Bandeirante, Geysi Arruda, hostilizada por estudantes da Universidade, por se vestir da maneira que deseja.


NA SEMANA passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.

O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça.
Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.

A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".

Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.

Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre "vendido") de duas maneiras fundamentais: "veados" e "filhos da puta".

Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia.
Ou seja, "veados" e "filhos da puta" são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir.

Cuidado: "veado", nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos "veados", por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser "usados" por seus ofensores. "Veado", nesse insulto, está mais para "bichinha", "mulherzinha" ou, simplesmente, "mulher".

Quanto a "filho da puta", é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. "Puta", nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo.

Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio.

O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de "querer"? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer.

A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada.

Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de "Zorba, o Grego", com redação obrigatória no fim?

Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado.

Machismo

Postado por Amanda sexta-feira, 15 de janeiro de 2010 5 comentários

Hoje começa aqui no blog uma sequência de contribuições de alguns amigos e camaradas sobre as questões relacionadas à discussão de gênero.
Para começar, um texto escrito em 2006, pelo diretor de comunicação da ABES (Associação Baiana de Estudantes Secundaristas) na época. Estou falando do valoroso camarada Alex Vasques que discorre neste texto sobre diversas problemáticas machistas cotidianas e finaliza provocando debates inspirados em documentos do Partido Comunista do Brasil - PC do B.
Ah, para finalizar, deixo o espaço aberto para novas contribuições.
Forte abraço e Boa leitura!

Questão de Gênero

-Dificuldades do alinhamento da teoria a pratica, no tratamento com as mulheres.

Nós comunistas temos uma imensa capacidade critica, com certeza o setor da sociedade que mais incentiva a critica, desde os primórdios, por uma simples questão acreditamos que temos que nos autovigiar e vigiar nossos camaradas, para não vacilarmos nos desprendendo do caminho da luta, nos corrompendo, para que possamos superar os vícios burgueses da sociedade, que estão entranhados no nosso cotidiano e cada vez mais propagados pelos meios de comunicações. A sociedade contemporânea sofre um intenso processo de alienação e de menosprezo da MULHER, como um ser pensante, apto a está na sociedade, a exemplo dos diversos processos preconceituosos que existem e tem que ser combatidos, quando também reflete algumas conquistas do movimento feminista na sua historia, que forjou diversas heroínas como: Elza Monerat, Olga Benário, Anita Garibaldi, Helenira Resende e Dinalva Oliveira. Neste cenário nos comunistas homens e mulheres temos um papel importante na superação do machismo, vicio burguês que atrapalha o avanço da sociedade e nossa atuação enquanto revolucionários, tendo em vista, que muitos de nós, pra não dizer quase todos, não estamos cumprindo com o nosso papel. No pouco conhecimento teórico e pratico, dentro do movimento comunista brasileiro, avaliando alguns dados, acredito que a opressão de sexo seja uma das mais difíceis de nós superarmos, o seu nascimento coincide historicamente com o nascimento da opressão de classe, mas não significa que acaba junto com a exploração de classe, e uma batalha intensa por avanços, culturais nos hábitos e rotinas, nos valores, a luta contra a opressão de sexo está na ordem do dia na agenda socialista. Em diversos momentos somos hipócritas por achar que estamos combatendo da forma que deveria ser feita, ou que não estamos simplesmente reproduzindo, visto que a autocritica, deve ser feita na pratica e que a teoria deve alinhar-se o mais próximo a pratica. Nos relacionamentos pessoais homens e mulheres, podem comprovar está avaliação, não digo só nos relacionamentos amorosos, mas amigos, maternos, familiares, profissionais e todo tipo de relacionamento pessoal, até no conceito de “cavalheirismo”, que tanto valoriza o homem, tratamos as mulheres como indefesas, como um vaso de porcelana que a qualquer momento tem perigo de cair no chão e se quebrar em pedaços, não quero aqui dizer, para que os seres humanos não sejam solidários e gentis uns com os outros, mas sim alertar pra tal questão que preocupa; nossas filhas não podem namorar antes dos quinze anos, os filhos nós incentivamos desde cedo, nossas amigas si tiverem relação com alguns garotos são rotuladas como prostitutas, como galinhas e outros adjetivos mais, os amigos são os mais bonitos, os mais simpáticos, os mais miseráveis (no sentido figurado da palavra), os que se sobressaem, a vizinha se sai com homens com carro ou com poder aquisitivo elevado é “MARIA GASOLINA”, já o homem é malandro, vai si dar bem na vida, porque aprendeu a viver da melhor forma possível, sendo gigolô, brincadeiras como bateu o carro daquele jeito, “SÓ PODIA SER MULHER!”, estão no nosso cotidiano e nem sempre percebemos, nos namoros traímos nossas companheiras, dando desculpas que a relação tem que ser aberta, livre, que a relação tem que romper com os padrões normais, mas que liberdade ou relação anormal que nós temos? Quando não compartilhamos está opinião, achamos que a relação anormal deve-se dá como via de mão de única, porque se a mulher agir da mesma forma não aceitamos. Como podemos nos abster da responsabilidade? Achamos que as partes mais valiosas da mulher são o conjunto (seios, nádegas e vagina), o prazer é muito bom eu sei, mas não podemos tratar as mulheres como meros objetos, servindo simplesmente para praticar o sexo e tomar posse.

A mudança desta realidade, para trilhar o caminho da nova sociedade, fazendo o combate no nosso meio (nossa organização revolucionária) e dentro da sociedade é uma bandeira socialista, para que possamos ter uma sociedade que valorize ao ser humano, e seus direitos, dando-lhe qualidade de vida, seja ele negro, branco, homem, mulher, homossexual e etc. É importante também falar um pouco, do momento histórico, para o partido e para o povo brasileiro. O reconhecimento de alguns equívocos, a afirmação da centralidade na luta pela emancipação da mulher, na 1ª Conferência de Mulher do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que foi aprovada no estatuto do 11º Congresso do PCdoB, incluindo um Fórum Nacional Permanente sobre a questão.

“Não existe emancipação humana, sem emancipação da mulher”.

Frase que exemplifica o caráter estratégico na luta pela emancipação feminina. Grandes debates feitos em torno da questão, diversas conferências no país inteiro, desde assembléias de organismos, a conferências estaduais e municipais, findando todo este processo na 1ª Conferência Nacional, que tiro um rico documento sobre o assunto, tirando diretivas teóricas, praticas e constatações, imprescindíveis para elevar o patamar da luta pela emancipação da mulher. Dessas constatações e diretivas quero passar somente por algumas:

1- Dupla jornada de trabalho: Trilhando nossa rota, a partir de quando o capitalismo se da conta que só explora um setor da sociedade, as mulheres são incluídas no mercado de trabalho, como mão de obra de segunda categoria, tendo a mesma agora que se preocupar com o trabalho doméstico e com o trabalho “produtivo”, tendo uma dupla jornada de trabalho, sendo o primeiro ainda desconsiderado como trabalho e imposto pela sociedade como seu papel de vida, de destino.
2- Fortalecimento da corrente emancipacionista no movimento feminista, a UBM (União Brasileira de Mulheres), colocando-a no patamar de vanguarda do movimento feminista, irradiadora das idéias mais avançadas nos seio das trabalhadoras, associando a luta das mulheres, há luta de toda sociedade, quero dizer que a questão de gênero não é só interesse das mulheres, mas sim a toda sociedade, tendo as mulheres o papel de dirigentes do processo emancipação feminina.
3- Política de formação: Um dos pilares mais importantes para o combate irrestrito ao machismo, e tanto outros vícios burgueses é a formação, teórica dando a linha estratégica e munição para o combate, e a prática ensinando a combater.
4- Sobrelevar a participação da mulher na vida e nas instâncias de partido e nas instâncias públicas confere ao nosso partido a condição de pólo irradiador dos valores mais avançados do emancipacionismo.

É só o inicio de uma longa caminhada.
VIVA AS MULHERES!

BIBLIOGRAFIA


CHAUI, Marilena. Convite a Filosofia. São Paulo: Ática, 1995.


COELHO, Texeira. O Que é Indústria Cultural. São Paulo: Brasiliense, 2003.


COLLING, Ana Maria. Gênero e História: um dialogo possível? : Unijui, 2004 p.31


MARTINS, Josemar da Silva. Cultura e Desenvolvimento. Pintadas/BA: Fórum de Cultura Regional, 2004.


MARX, Karl. Manuscritos Econômicos filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2006.


RAGO. Margareth. Epistemologia Feminista: gênero e Historia IN Masculino, Feminino, plural. Florianópolis: Mulheres, 1998.


SOIHET, Rachel. Historias das mulheres. Disponível em: . Acesso em: 05 de Dezembro de 2009, 21:00h.