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Estudante de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia.

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Machismo

Postado por Amanda sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Hoje começa aqui no blog uma sequência de contribuições de alguns amigos e camaradas sobre as questões relacionadas à discussão de gênero.
Para começar, um texto escrito em 2006, pelo diretor de comunicação da ABES (Associação Baiana de Estudantes Secundaristas) na época. Estou falando do valoroso camarada Alex Vasques que discorre neste texto sobre diversas problemáticas machistas cotidianas e finaliza provocando debates inspirados em documentos do Partido Comunista do Brasil - PC do B.
Ah, para finalizar, deixo o espaço aberto para novas contribuições.
Forte abraço e Boa leitura!

Questão de Gênero

-Dificuldades do alinhamento da teoria a pratica, no tratamento com as mulheres.

Nós comunistas temos uma imensa capacidade critica, com certeza o setor da sociedade que mais incentiva a critica, desde os primórdios, por uma simples questão acreditamos que temos que nos autovigiar e vigiar nossos camaradas, para não vacilarmos nos desprendendo do caminho da luta, nos corrompendo, para que possamos superar os vícios burgueses da sociedade, que estão entranhados no nosso cotidiano e cada vez mais propagados pelos meios de comunicações. A sociedade contemporânea sofre um intenso processo de alienação e de menosprezo da MULHER, como um ser pensante, apto a está na sociedade, a exemplo dos diversos processos preconceituosos que existem e tem que ser combatidos, quando também reflete algumas conquistas do movimento feminista na sua historia, que forjou diversas heroínas como: Elza Monerat, Olga Benário, Anita Garibaldi, Helenira Resende e Dinalva Oliveira. Neste cenário nos comunistas homens e mulheres temos um papel importante na superação do machismo, vicio burguês que atrapalha o avanço da sociedade e nossa atuação enquanto revolucionários, tendo em vista, que muitos de nós, pra não dizer quase todos, não estamos cumprindo com o nosso papel. No pouco conhecimento teórico e pratico, dentro do movimento comunista brasileiro, avaliando alguns dados, acredito que a opressão de sexo seja uma das mais difíceis de nós superarmos, o seu nascimento coincide historicamente com o nascimento da opressão de classe, mas não significa que acaba junto com a exploração de classe, e uma batalha intensa por avanços, culturais nos hábitos e rotinas, nos valores, a luta contra a opressão de sexo está na ordem do dia na agenda socialista. Em diversos momentos somos hipócritas por achar que estamos combatendo da forma que deveria ser feita, ou que não estamos simplesmente reproduzindo, visto que a autocritica, deve ser feita na pratica e que a teoria deve alinhar-se o mais próximo a pratica. Nos relacionamentos pessoais homens e mulheres, podem comprovar está avaliação, não digo só nos relacionamentos amorosos, mas amigos, maternos, familiares, profissionais e todo tipo de relacionamento pessoal, até no conceito de “cavalheirismo”, que tanto valoriza o homem, tratamos as mulheres como indefesas, como um vaso de porcelana que a qualquer momento tem perigo de cair no chão e se quebrar em pedaços, não quero aqui dizer, para que os seres humanos não sejam solidários e gentis uns com os outros, mas sim alertar pra tal questão que preocupa; nossas filhas não podem namorar antes dos quinze anos, os filhos nós incentivamos desde cedo, nossas amigas si tiverem relação com alguns garotos são rotuladas como prostitutas, como galinhas e outros adjetivos mais, os amigos são os mais bonitos, os mais simpáticos, os mais miseráveis (no sentido figurado da palavra), os que se sobressaem, a vizinha se sai com homens com carro ou com poder aquisitivo elevado é “MARIA GASOLINA”, já o homem é malandro, vai si dar bem na vida, porque aprendeu a viver da melhor forma possível, sendo gigolô, brincadeiras como bateu o carro daquele jeito, “SÓ PODIA SER MULHER!”, estão no nosso cotidiano e nem sempre percebemos, nos namoros traímos nossas companheiras, dando desculpas que a relação tem que ser aberta, livre, que a relação tem que romper com os padrões normais, mas que liberdade ou relação anormal que nós temos? Quando não compartilhamos está opinião, achamos que a relação anormal deve-se dá como via de mão de única, porque se a mulher agir da mesma forma não aceitamos. Como podemos nos abster da responsabilidade? Achamos que as partes mais valiosas da mulher são o conjunto (seios, nádegas e vagina), o prazer é muito bom eu sei, mas não podemos tratar as mulheres como meros objetos, servindo simplesmente para praticar o sexo e tomar posse.

A mudança desta realidade, para trilhar o caminho da nova sociedade, fazendo o combate no nosso meio (nossa organização revolucionária) e dentro da sociedade é uma bandeira socialista, para que possamos ter uma sociedade que valorize ao ser humano, e seus direitos, dando-lhe qualidade de vida, seja ele negro, branco, homem, mulher, homossexual e etc. É importante também falar um pouco, do momento histórico, para o partido e para o povo brasileiro. O reconhecimento de alguns equívocos, a afirmação da centralidade na luta pela emancipação da mulher, na 1ª Conferência de Mulher do PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que foi aprovada no estatuto do 11º Congresso do PCdoB, incluindo um Fórum Nacional Permanente sobre a questão.

“Não existe emancipação humana, sem emancipação da mulher”.

Frase que exemplifica o caráter estratégico na luta pela emancipação feminina. Grandes debates feitos em torno da questão, diversas conferências no país inteiro, desde assembléias de organismos, a conferências estaduais e municipais, findando todo este processo na 1ª Conferência Nacional, que tiro um rico documento sobre o assunto, tirando diretivas teóricas, praticas e constatações, imprescindíveis para elevar o patamar da luta pela emancipação da mulher. Dessas constatações e diretivas quero passar somente por algumas:

1- Dupla jornada de trabalho: Trilhando nossa rota, a partir de quando o capitalismo se da conta que só explora um setor da sociedade, as mulheres são incluídas no mercado de trabalho, como mão de obra de segunda categoria, tendo a mesma agora que se preocupar com o trabalho doméstico e com o trabalho “produtivo”, tendo uma dupla jornada de trabalho, sendo o primeiro ainda desconsiderado como trabalho e imposto pela sociedade como seu papel de vida, de destino.
2- Fortalecimento da corrente emancipacionista no movimento feminista, a UBM (União Brasileira de Mulheres), colocando-a no patamar de vanguarda do movimento feminista, irradiadora das idéias mais avançadas nos seio das trabalhadoras, associando a luta das mulheres, há luta de toda sociedade, quero dizer que a questão de gênero não é só interesse das mulheres, mas sim a toda sociedade, tendo as mulheres o papel de dirigentes do processo emancipação feminina.
3- Política de formação: Um dos pilares mais importantes para o combate irrestrito ao machismo, e tanto outros vícios burgueses é a formação, teórica dando a linha estratégica e munição para o combate, e a prática ensinando a combater.
4- Sobrelevar a participação da mulher na vida e nas instâncias de partido e nas instâncias públicas confere ao nosso partido a condição de pólo irradiador dos valores mais avançados do emancipacionismo.

É só o inicio de uma longa caminhada.
VIVA AS MULHERES!

5 comentários

  1. Que vergonha! Rabiscado em 2006!

     
  2. Amanda Says:
  3. Vergonha nada, está ótimo!

     
  4. Anônimo Says:
  5. Tem que filtrar rigorosamente o que as pessoas disem, sejamos coerentes. a intensão subliminar do autor desse texto é promover o comunismo, e ele esta usando o feminismo.

     
  6. Amanda Says:
  7. Caro anônimo (risos),

    Como disse no início, as discussões finais são basedas em documentos do Partido Comunista do Brasil e portanto, não possuem caráter subliminar como vc sugere!
    A discussão acerca do machismo se faz necessária, porque a construção de uma sociedade comunista, implica novos valores, e estes não devem dar espaço para qualquer preconceito.
    A construção do capitalismo como sistema finaceiro vigente não está dissociada dos valores a ele agregado, e a afirmação e reafirmação dos papéis sociais reforçam isto.
    Se para vc ainda não está tão clara esta associação entre capitalismo e preconceito, sugiro que leia as postagens anteriores que fazem uma construção histórica não só da consolidação dos preconceitos contra a mulher, mas também sobre a luta contra eles.
    Portanto o feminismo não é uma desculpa para promover o comunismo, e sim um dos fatores que comprovam o quanto o capitalismo é falho e promove diferenças.

     
  8. Anônimo Says:
  9. Replicando; Eu não disse que o feminismo é uma desculpa para promover o comunismo, e o que eu quis diser com subliminar é a pretenção de querer controlar a mente das pessoas, para lhes causar aceitação de ideias. Portanto este texto não é um texto de apoio as mulheres.e sim um texto comunista. Nos capitalistas não somos preconceituosos, pois se a mulher tiver o sonho de se tornar empresária e cosquistar o que quiser, o capitalismo le dá toda liberdade pra isso, no comunismo ninguem pode ser proprietário de nada, é um regime idealizado por homens. se a mulher procurar o 'SEBRAE' ou buscar um sistema de franquia por exemplo, ela só vai encontrar apoio. No capitalismo todos são livres. Você disse que o capitalismo é falho e promove diferenças. mas foi provado que o cumunismo é que é falho pois desestimula o esforço e o progresso. Eu era simpático ao comunismo mas eles não param de denegrir o captalismo. Essa de açociar capitalismo com machismo é mais uma. Augumas mulheres perceberam que eu estava buscando me tornar empresário, elas me chamaram de coléga! É isso ai mulherada!!. Sejam livres!!

     

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BIBLIOGRAFIA


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COELHO, Texeira. O Que é Indústria Cultural. São Paulo: Brasiliense, 2003.


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MARX, Karl. Manuscritos Econômicos filosóficos. São Paulo: Martin Claret, 2006.


RAGO. Margareth. Epistemologia Feminista: gênero e Historia IN Masculino, Feminino, plural. Florianópolis: Mulheres, 1998.


SOIHET, Rachel. Historias das mulheres. Disponível em: . Acesso em: 05 de Dezembro de 2009, 21:00h.