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Estudante de Comunicação Social - Jornalismo em Multimeios da Universidade do Estado da Bahia.

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Tecendo Debates Sobre a Indústria Cultural

Postado por Amanda terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A cultura então sintetiza a produção artificial do homem, ou seja, todo aquilo que ele não tinha ao perceber-se no mundo, confundido entre todos os animais, apenas como parte da natureza. A cultura então diz respeito ao polimento da pedra e, antes disso, à concepção do uso da pedra como uma ferramenta; diz também respeito a todo o trabalho de nomeação do mundo, de invenção da linguagem, das palavras, dos gestos e dos seus sentidos; portanto, à invenção do símbolo, do signo e de toda uma segunda natureza humana, a natureza da cultura .

Nessa ideologia capitalista, onde tudo é demasiadamente comercializável, todos os aspectos de nossas vidas são transformados em coisas, em produtos. Dessa forma, a cultura que é tida antropologicamente como produção do modo de viver dos vários grupos sociais, também foi coisificada, pois dentro da sociedade de consumo essa produção do modo de viver tornou-se padronizado e massificado. Dentro da lógica do capital a produção se constrói em larga escala, por isso forjou-se uma Indústria Cultural com a responsabilidade de produzir e reproduzir comportamento.

O termo “Indústria Cultural” surgiu na Escola de Frankfurt na década de 40 e representa uma análise do modelo de cultura que se instituiu junto com o capitalismo. Trata-se da homogeneização de comportamentos do entendimento do mesmo, como mercadoria, pois inserida neste sistema, prioriza a produção e o faturamento. Nesse sentido, “esse é o quadro caracterizador da indústria cultural: revolução industrial, capitalismo liberal, economia de mercado, sociedade de consumo” .
Este conceito se fortalece, porque o que deveria ser a democratização da cultura se transformou na divisão destas em “cultura de elite”, “cultura de massa” e “cultura popular”. Enquanto o conveniente seria o acesso irrestrito de toda sociedade a todo tipo de cultura, acontece o inverso, haja vista que dentro desta distinção dos tipos de cultura, existe também uma divisão econômica, que permite que quem possui um maior poder aquisitivo consuma um tipo de cultura diferente de quem possui um menor poder aquisitivo, há ai uma categorização e qualificação dos grupos sociais que são distribuídos em um sistema de classes.

A democratização da cultura tem como precondição a idéia de que os bens culturais (no sentido restrito de obras de arte e de pensamento e não no sentido antropológico amplo que apresentamos no estudo sobre a idéia de cultura) são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso e de fruição das obras culturais, direito a informação e à formação culturais, direito à produção cultural .

Dessa forma, a cultura na lógica capitalista se configura num processo empresarial, de produção, distribuição, comercialização e lucro, esvaziando-se do sentido utilitário e voltando-se para o supérfluo. Estamos assim localizados em um verdadeiro espetáculo midiático.
Na estrutura dessa sociedade, todo grupo social possui um papel pré-estabelecido, onde com o advento da pós-modernidade ultrapassamos a divisão estabelecida por Marx (burguesia x proletariado) em sua teoria, evidenciamos agora, principalmente com as contribuições de Foucault, as micro-relações de opressão, e os vários grupos sociais/identitários submersos na supra-relação de produção.
Um dos vários grupos inseridos nesse contexto é o das mulheres que, tiveram seus papeis densamente estabelecidos, e que na atual situação mercadológica tem sua imagem apropriada pela Indústria Cultural.

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BIBLIOGRAFIA


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